sexta-feira, 15 de junho de 2007
EDITORIAL.

Ontem, em nossa comunidade, respondi a uma consulta de um membro a respeito da criação de uma lei que obrigasse as empresas a manter o lesionado trabalhando em seus quadros.

Para surpresa dele e de muitos, creio eu, essa lei já existe. Ao ser constatado o nexo causal entre a doença e o trabalho e esgotadas as formas de tratamento, o empregado é encaminhado para a reabilitação. Lá, teoricamente, ele aprenderia uma nova função que exerceria em sua empresa sem prejuízo de sua saúde. Reintegrado, ele seria abrigado pela Lei do Deficiente Físico. Tal lei, e acordos sindicais, obrigariam as empresas a só demitirem o lesionado por justa causa ou através de concordância do sindicato da categoria a qual pertence o trabalhador. E, mesmo assim, faz-se necessária a contratação de um outro empregado lesionado para substituir o anterior. E convenhamos, qualquer sindicato minimamente representativo não permitiria uma demissão leviana. O que acarretaria, na prática, uma estabilidade ao empregado lesionado.

Contudo, sabedores disso, os empresários mais organizados entram para o regime de postos conveniados onde sabidamente existem “caixinhas” e distribuição de “agrados” aos peritos para que esses neguem o nexo, sistematicamente. Ao não ter reconhecido o nexo causal, o trabalhador perde, automaticamente, as vantagens desta lei. Além disso, perde os depósitos no FGTS, as empresas deixam de ser penalizadas com multas e prestações ao fundo previdenciário. Além de não terem que arcar com futuras indenizações por dano moral aos trabalhadores. Uma vez que a estes, será muito mais trabalhoso provar o ocorrido.

Esse é apenas um dos reflexos de nossa baixa mobilização. Quando você deixa de lutar pelos seus direitos; quer por medo de ser mandado embora da empresa, medo de ser prejudicado em uma perícia ou até mesmo por simples comodismo e omissão; você trabalha a favor desse sistema pérfido.

A mesma coisa ocorre com o voto: Se você vota nulo ou em branco, você dá a oportunidade necessária para que pessoas com baixa representação sejam eleitas. O argumento comum é: “Não votei em ninguém, não compactuei com isso que está por aí”. Este, além de um pensamento completamente errado é um pensamento infantil. Pois, ao não votar e ao não acompanhar o desempenho de quem você votou; É VOCÊ O ÚNICO CULPADO PELA SITUAÇÃO. Já que permite, através de sua omissão covarde, que essas coisas se perpetuem.

Você sabe, por exemplo, que os bancos anualmente pagam férias em resorts paradisíacos no nordeste para juízes e vários outros profissionais e suas famílias? Por que você acha que eles fazem isso? A organização e a mobilização é tudo. E disso eles sabem e entendem. Afinal, qual juiz, ao julgar contra um banco, não se lembrará das férias maravilhosas que ele e sua família ou amante desfrutaram através das benesses recebidas por aqueles “empresários tão camaradas”?

Por essas e outras, cabe a nós combatermos esse estado de coisas com a mesma mobilização e garra. Levante-se de sua omissão passiva e lute por seus direitos. Informe-se, aprenda as regras do jogo, una-se a seus amigos ou pessoas que tenham objetivos comuns e FAÇA ALGUMA COISA. Esconder-se com medo em baixo das cobertas e esperar que o mundo melhore e respeitem os seus direitos é algo que nunca acontecerá.

VOCÊ TEM QUE LUTAR E SE FAZER OUVIR. E ISSO SÓ É POSSÍVEL COM UNIÃO E MOBILIZAÇÃO.

PENSE NISSO.

 
posted by Arthurius Maximus at 00:44 | Permalink |


1 Comments:


At 18 de junho de 2007 às 02:39, Blogger Pk Ninguém

No dia em que as pessoas começarem a tentar conhecer as leis a e constituição e a brigarem por seus direitos, esse país vai começar a ir para algum lugar menos pior.

 
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