segunda-feira, 11 de junho de 2007
O INSS, O TRABALHADOR, A SACANAGEM E O REFRESCO.

Antigamente, sempre se ouvia dos pais: “Me filho, você deve arrumar um emprego de carteira assinada para ser amparado em caso de dificuldades pelo INPS”. Hoje, a ineficiência e a depredação do patrimônio público por políticos picaretas e por larápios de plantão, chegou a tal ponto que o órgão de previdência social (agora INSS) é visto como um inimigo a ser combatido em todas as frentes pelos trabalhadores.

Com o “papo-furado” do déficit da previdência, que já foi derrubado pelos mais variados matemáticos e economistas por este Brasil a fora; o governo em sua sanha insaciável de recursos para “azeitar” a máquina administrativa com dinheiro fácil para corruptos, ladrões, mensalões, sanguessugas e toda a sorte de larápios e aproveitadores. Embarca no ataque puro e simples aos beneficiários da previdência: Os trabalhadores.

Apregoa-se aos quatro ventos que “há um déficit de ”x” milhões” e, devido a isso, dispara-se uma campanha pela retirada de benefícios dos segurados e contribuintes. Pessoas que contribuíram por dezenas de anos, esperando um amparo em caso de doença ou uma renda vitalícia que as permitisse aproveitar o final da vida junto aos seus entes queridos, são obrigadas a retornar ao trabalho em condições muitas vezes aviltantes para não morrerem de fome.

Trabalhadores com doenças profissionais graves e que se não tratadas levam a invalidez, tem seus pedidos de auxílio acidentário negados por “peritos” do INSS que os convertem em auxílio doença. Esse fato além de ser ilegal, causa um grande prejuízo ao erário público. Pois os auxílios acidentários têm fonte de custeio baseada em contribuições feitas por empresas responsáveis por expor seus trabalhadores a riscos de doenças e acidentes de trabalho. Já o auxílio doença por não ter (a doença) ligação com o trabalho ou atividade exercida pelo segurado, tem seu custeio bancado pelos cofres da previdência. Logo, ao negar um benefício que teria como característica um acidente de trabalho, o “perito” do INSS orientado não se sabe por quem, contribui para que o propalado “rombo” aumente. E, o pior, contribui para que uma empresa danosa à sociedade não seja punida com a obrigação de contribuir para o fundo acidentário.

A quem isso interessa? A resposta é simples: Aos empresários brasileiros. A grande maioria é composta por pessoas inescrupulosas e dispostas a tudo para abocanhar uma parcela maior de lucros. Se todos fossem como Antonio Ermírio de Moraes, nosso país seria um lugar melhor. Mas com nossos políticos, nossa classe empresarial com mentalidade medieval, o trabalhador está refém de abutres. Basta saber que, se as empresas devedoras da previdência fossem cobradas, o valor arrecadado (só no Estado do Rio de Janeiro) seria suficiente para cobrir todo o déficit e com folgas.

Por que o ex-presidente Fernando Henrique não abdica de suas três aposentadorias? Ele diria: “Eu contribuí e tenho direito”. Mas, em seu governo, milhares de contribuintes foram impedidos de acumular benefícios. Outros tantos, apesar de trabalharem desde a infância, foram impedidos de aposentarem-se após 35 anos de contribuições e trabalho duro. Pois, segundo o ex-presidente, eram vagabundos. Engraçado, ele não se considerava um vagabundo quando, ao assumir a presidência, já era aposentado duas vezes.

Nosso atual "presidente operário” quer que aposentados inválidos voltem ao trabalho; mesmo após anos de afastamento. Afinal, se o contribuinte tem condições mínimas de ser um locutor, um ascensorista ou um bilheteiro de cinema deve trabalhar. É estranho, se não cruel, quando o próprio "barbudinho operário" goza de uma folgada aposentadoria por invalidez e de uma outra por ter sido preso uns dias durante o regime militar.

A pergunta que não quer calar é: Ele será submetido à nova perícia e terá sua aposentadoria por invalidez cassada?

Afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco.


(Texto retirado do blog Visão Panorâmica.)
 
posted by Arthurius Maximus at 13:55 | Permalink |


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