segunda-feira, 16 de julho de 2007
O PODER DO "UM".
Vídeo: O Poder de Uma Assinatura.






COMO NASCEU A ANISTIA INTERNACIONAL?

Em 28 de Maio de 1961, um homem estava sentado lendo seu jornal favorito tranqüilamente. Seu nome era Peter Benenson. Não era milionário. Mas, como advogado, ganhava muito bem. Tinha uma família amada. Tinha uma casa espaçosa e bem localizada. Uma vida estável e sem preocupações maiores. Mas - sempre tem que ter um “mas” - naquele dia sua vida mudaria pelo que leria naquelas folhas de papel. Naquele dia, ele mudaria o mundo...

Era inglês de nascimento e achava seu país um lugar seguro, onde os cidadãos tinham seus direitos respeitados e podiam manifestar-se livremente. Mas ali, bem diante de seus olhos, e bem pertinho num país vizinho; Portugal, dois jovens estudantes haviam sido presos por gritarem “Viva a Liberdade!” nas ruas. Apanharam e foram torturados pela polícia portuguesa. Tudo por apenas umas poucas palavras.

Imediatamente, em suas lembranças, os horrores que vitimaram a Inglaterra na recente Segunda Guerra Mundial tornaram-se vívidos. Viu-se percorrendo ruas onde corpos amontoados aguardavam a noite para servirem de alimento aos ratos e outros animais famintos. Viu que a bestialidade dos atos de Hitler poderia voltar, a qualquer momento, se os bons e justos fizessem como antes:

Se calassem.

Peter lançou então um apelo a seu governo; de que se manifestasse em protesto aquela barbárie. Como, mais uma vez, nada era feito, ele começou a organizar através de amigos, parentes, conhecidos e pessoas que pensavam como ele, uma ajuda prática às pessoas que se encontrassem na mesma situação daqueles jovens estudantes portugueses. Sejam por suas convicções políticas, religiosas ou de preconceitos raciais ou lingüísticos.

Um mês após ter seu apelo publicado, Peter já havia obtido mais de mil ofertas de ajuda e assinaturas em seu protesto. Além disso, voluntários coletavam informações em seus países, sobre casos semelhantes, divulgavam-nas e faziam contatos com os governos. Dez meses depois, representantes de cinco países estabeleciam as bases de um movimento internacional.

O primeiro presidente do Comitê Executivo Internacional da organização (1963 a 1974) foi Sean MacBride, laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1974.

Hoje a Anistia Internacional é temida até por governos poderosos como os E.U.A. e Israel. A comoção e a mobilização popular que seus relatórios e análises sobre violação dos direitos humanos provocam, podem influenciar políticas e conceitos (inclusive eleições) nesses e em muitos outros países ao redor do mundo.

E tudo começou com um homem que leu o jornal da manhã e se indignou.

Mas, não apenas indignou-se, levantou sua voz contra as injustiças dos poderosos e a fez ecoar pelo planeta, viajando no eco das vozes de milhares de indivíduos que, como ele, decidiram agir sem dar a desculpa de que eram apenas “um”.

 
posted by Arthurius Maximus at 04:45 | Permalink |


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